Trabalhadores, turistas,
moradores e outros utilizadores habituais do velhinho elevador da Glória,
morreram, ou ficaram gravemente feridos, pelo regresso do trabalho, pelo
passeio, pela festa, pela visita à cidade das sete colinas e morreram, também,
pela inércia, pelo desajuste, pela incompetência e pela leviandade.
Pode o presidente do município
vestir – se de preto, chorar os mortos, lamentar os feridos, colocar ramos de
flores no início da calçada da morte, mandar dizer missas e fazer discursos sem
nexo lamentando um acidente que só aconteceu por incompetência dos respectivos
serviços de manutenção, que não consegue apagar a realidade, a frustração, a
dor e, o que é mais grave, não tem argumentos que sirvam para explicar a morte.
Ou seja: o elevador
descarrilou, desgovernou – se e bateu contra um prédio, por falta de
qualificação técnica na manutenção, por falta de qualidade dos serviços
responsáveis, pela incompetência de quem decide e porque há quem continue a
dizer que o baratinho dá jeito, para preservar, ou aumentar, o lucro.
Dizem que os elementos
necessários já foram recolhidos para que seja possível apurar responsabilidades
num curto espaço de tempo e esclarecer o que se passou.
No entanto, quando se diz
publicamente que o elevador foi inspecionado “a olho nu” no próprio dia do
acidente, durante cerca de 30 minutos e que estava tudo bem, e quando, no mesmo
dia, horas depois, se dá um acidente terrível, porque o cabo de segurança que
une os dois elétricos, rebentou; e quando também se reconhece que o contrato de
manutenção técnica terminou a 31 de Agosto, mas que mesmo assim foi feita uma
inspeção a “olho nu”, por ajuste directo, para mim o acidente está explicado.
Agora, e de acordo com as
atitudes do presidente do município, vamos chorar os mortos, cuidar dos feridos
e inspecionar todos os elevadores da cidade que foram, de imediato, bloqueados.
Porquê?
Será que a manutenção também não
chegou aos outros com a qualidade e as garantias que devia dar?
Texto escrito na 6ª feira, dia 05.
Não tenho conhecimentos absolutamente nenhuns sobre os serviços de manutenção do elevador. Não posso, nem gosto, de apontar o dedo a ninguém, por enquanto.
ResponderEliminarSei apenas que foi uma grande tragédia. Um comentário que li de uma senhora foi que há anos o limite de passageiros era de 20 e que agora permitiam 40. Não faço a mínima ideia se este comentário é ou não verdadeiro. Palpites e conjeturas não faltam por essa blogosfera fora.
O texto aponta para uma série de situações que não merecem dúvida. Tudo o que nele se aponta é verdade.
EliminarCompreendo que a Catarina, por falta de conhecimento, não comente.
As conjeturas, essas ficam para segundo plano.